sexta-feira, 8 de julho de 2016

-x-

só em teu corpo
a minha boca se cala
: mergulho


-x-


teus lábios
 : ancoradouro
onde atracam-se
os meus

depois : buscar outros portos?

- x -

duas nuvens uma chuva
chora a manhã
com seus olhos de névoa
as saudades da noite
a Lua
pálida e medrosa
esconde-se no horizonte
o Sol
orgulhoso e reticente
despontando sobre o cume das montanhas
dita as regras do dia
agradecidas as flores
em sorrisos coloridos
o riacho risca em giz azul
a lousa verde  da campina

 -x- Incógnita

cinismo, catarse, tristeza ou alegria ?
vontadedemeestontearloucamente ?
em teus olhos dúbios
eis o x da questão

-x-

quem sou eu?
quem eu desejaria ser?

o que fazer para deixar de ser o que sou e ser o que desejaria?
eu preciso ser outro todo dia
outro dia é tudo que eu preciso
eu preciso ser ninguém
eu preciso ser alguém
eu preciso ser
eu preciso de alguém
eu não preciso de ninguém


 


2 comentários:

  1. Oi Benno, boa noite!
    Na verdade esse final é bem curioso. Quem nunca já se fez essas mesmas perguntas.
    Gostei muito do poema.
    Ótimo fim de semana!
    Abração e sorriso!

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