sexta-feira, 19 de setembro de 2014

teu desencontrado olhar
dardeja-me incoerências
em estrábicas reticências
ensaboando noturno Luar
borrado em nuvens errantes
de uma noite sem nexo

atrai-me permanentemente
o que de ti é insensato
por eu ser assim incoerente
confunde-me ardente o olfato
ao inalar o aroma do teu sexo
sem saber o que é dúvida ou fato

cativa-me
essa tua estúpida negligência

negligê solto sedutor
cobrindo uma tola aparência

a verdade se esconde
sob teus olhos pérfidos
e desvia o olhar
dardos dos teus seios ávidos

perdidos na inefável aderência
dos teus olhos aos meus
na mais profunda  incontinência

alguma coisa nossos contornos usinam
num tanto de encanto e de magia
bem mais que os mestres ensinam
e que o livro sagrado nem desconfia
há entre nós a nos separar
bem menos que a imensidão do mar
mas bem mais que a largura de um lago
a grandeza incomensa de um afago
mais que um réles fio de discórdia
os astros do universo em concórdia
o elemento essencial nos vitima
que mais e mais nos aproxima