Rembrandt - Jeremias lamentando a destruição de Jerusalém
-1- Quando eu morrer, não chores
Quando eu morrer
não chores
deixa a última lágrima
que por mim verteres
sobre meu túmulo
diga amém e me esqueça
pois lá no seio da terra
enquanto meu corpo se corrompe
te quero feliz de novo
pois bela és feliz
e tua luz se alimenta
de tua beleza
Não quero que te feches
em teu castelo
e que tua beleza fique escondida
do mundo
Por isto, quando eu morrer, não chores
e enquanto minha carne
devorada pelos vermes
se transmuta em húmus
hei de alimentar as flores
em razão de teus olhos
e quando olhares
as flores do campo
se abrirem coloridas
veja ali apenas
uma homenagem que te presto
por isto, quando eu morrer
não chores
-2- Folha Serena
A folha serena
que cai de seu galho
se desfaz do orvalho
seu brilhante vestido
e nua se atira à sarjeta
sem esmola ou gorjeta.
De verde antes vestia
o teto da aléia
hoje é estranho tapete
de insetos banquete
despedaçada e velha
do relento objeto
sujo, miserável e abjeto
lembrando que todas as coisas
pela morte ou ainda em vida
por memoráveis que sejam
mesmo as que brilham e vicejam
são sempre esquecidas.
-1- Quando eu morrer, não chores
Quando eu morrer
não chores
deixa a última lágrima
que por mim verteres
sobre meu túmulo
diga amém e me esqueça
pois lá no seio da terra
enquanto meu corpo se corrompe
te quero feliz de novo
pois bela és feliz
e tua luz se alimenta
de tua beleza
Não quero que te feches
em teu castelo
e que tua beleza fique escondida
do mundo
Por isto, quando eu morrer, não chores
e enquanto minha carne
devorada pelos vermes
se transmuta em húmus
hei de alimentar as flores
em razão de teus olhos
e quando olhares
as flores do campo
se abrirem coloridas
veja ali apenas
uma homenagem que te presto
por isto, quando eu morrer
não chores
-2- Folha Serena
A folha serena
que cai de seu galho
se desfaz do orvalho
seu brilhante vestido
e nua se atira à sarjeta
sem esmola ou gorjeta.
De verde antes vestia
o teto da aléia
hoje é estranho tapete
de insetos banquete
despedaçada e velha
do relento objeto
sujo, miserável e abjeto
lembrando que todas as coisas
pela morte ou ainda em vida
por memoráveis que sejam
mesmo as que brilham e vicejam
são sempre esquecidas.
-3- Sem Maquiagem Exangue, pálida
e esquálida,
no atáude,
perdida saúde,
reluz a tez,
qual corpo branco
de vela,
extinta a chama,
que a lágrima de cera
percorre
pela última vez.
-4- Escorre o Sol
Escorre o Sol
resplandescente
sobre o mar
e o colorido
que da corola exsuda
as ondas
violentas
de violetas adorna
como a lágrima de amor
que o céu do teu corpo
percorre
e descansa muda
entre as duas ondas
que a junção
de tuas pernas forma.
-5- ABORTO
Olhos úmidos
Seios túrgidos
Ventre seco
história mal começada
já terminada
(era uma vez...)
coração partido
esperança falta
pela promessa de vida
que se desfez
(a pior saudade
é a de quem sequer existiu)
Benno Assmann
Benno!!!
ResponderExcluirAh... Gostei tanto, tanto, tanto do poema que escreveu para meu aniversário!!!
Que nossa amizade seja sempre assim como vê: um clarão de luz afastando todas as trevas.
Obrigada. Conhecer você foi uma das coisas bacanas que a net me proporcionou.
Adorei também que tenha postado alguns de seus poemas antigos. Li todos e gostei de todos, mas mais de que todos, gostei do Escorre o Sol. Pareceu-me ver o sol refletido no mar, tal a riqueza poética empregada.
Beijos cheios de carinho.
Seu presente pra Neiva foi um encanto, como tudo que vc faz.
ResponderExcluirLi os poemas, um mais lindo que o outro. Como a Neiva, gostei mais do "Escorre o Sol", vislumbrei um lindo dia.
Beijão e um ótimo fim de semana.
Querido,
ResponderExcluirPasando para dizer um oi. Saudades. Beijos
lindos todos, Benno. nem o mote fúnebre da morte retira a beleza dos poemas.
ResponderExcluirbeijos