domingo, 27 de setembro de 2009

Nasceu no bosque uma pequena flor. Pétalas singelas, cores suaves como nenhum pintor jamais seria capaz de combinar, em perfeita harmonia com paisagem que lhe cerca. Escondida sob as gramíneas e distante dos olhares, dela ninguém se dá conta, pois germinou longe do caminho dos homens. Mas ela, por sua vez, também não se dá conta de quem vai pela estrada. Ela não precisa de olhares. Ela se basta. Lhe basta o simples amor de uma errante abelha que atrevida roube seu néctar e leve seu pólen a outras paragens. Talvez se vá em breve, pois uma flor dura pouco, sem que jamais tenha sido vista. Mas, que lhe importa ter sido esquecida?

Assim é também o destino do verso que nunca foi publicado. Nasceu na alma do poeta apaixonado para traduzir seu sentimento único e morreu em seu esquecimento. Parece triste, mas na verdade o verso, quando iluminado pela verdade do sentimento, basta em si por sua luz, assim como a flor que desabrocha isolada dos olhares e desaparece sob as folhas secas do campo.

Os olhares são apenas intrusos.

Benno Assmann

6 comentários:

  1. Que lindo, terno...

    Que importa que lê, se o que sentimos, está dentro de nós...

    Benno, as vezes suas palavras são como torrões de açucar...rs


    Beijos!

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  2. O amar se basta. Como a flor que não precisa de expectadores e elogios para saber que é bonita. Como a caridade que vem do coração não precisa ser dita. Como os versos do poeta apaixonado não precisam de leitores para serem encantadores.

    Um feliz domingo pra vc!

    Beijosssss

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  3. Benno,

    Doce este texto. :DD

    Parabéns por todas suas conquistas.

    Beijos

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  4. Eu nunca sei realmente o que comentar quando leio você. É tão surpreendente que fico embebecida pelas palavras. bjs

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  5. Benno,

    muito doce sua história...bom de ler, difícil de comentar...fácil de gostar.

    bjs

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  6. Parabéns!!!!!!

    A felicidade não cabe em palavras que conheço...


    Beijos!

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