quarta-feira, 13 de novembro de 2013

Antes de ir ao que interessa, os poemas, um esclarecimento a respeito do post anterior, pois mais de uma pessoa o solicitou.
É quanto ao terrível destino de Lucelinda. Na verdade, eu não sei qual foi...rs. Deixei por ser escolhido. Todas aquelas vidas que descrevi, das três irmãs e da vizinha, foram fruto da invenção. A Lucelinda não existe.
A Lucelinda surgiu apenas, para, de uma forma bastante torta e mediata que literatura tem de dizer as coisas,  que, por mais que o destino que eu tenha inventado para as outras pareça terrível, tendo umas o procurado, e outras até os evitado, nada se compara ao que a realidade pode oferecer. A minha capacidade de invenção não chega a tanto e a realidade me é inalcançável em toda sua extensão e variedade de fazer boas ou más coisas. Naquele texto, bastante amargo, onde se salvou Adelaide, se contrapõe a outros bem mais felizes que, por sorte, tenho escrito! A realidade é variada, a escrita tem que ser também :) E eu deixei o fim de Lucelinda para ser apenas imaginado. Talvez ela fosse como uma daquelas moças que passaram dez anos presas e continuamente estupradas. Imaginem uma coisa bem horrível dessas que sempre aconteceram e continuam acontecendo.

Agora, chega de infelicidade!

-x-

As  estrelinhas
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nas entrelinhas deste poema
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escodem tudo que eu não soube dizer
tudo que eu quis esquecer
tudo que eu não quis confessar

estas benditas estrelinhas
revelam a sabedoria e a ignorância
estas duas irmãs que andam juntas
e de mãos dadas
pois a cega ignorância
paradoxo dos paradoxos
é quem guia a iluminada sabedoria

-x-

você chegou como uma explosão
um terremoto abalando meu coração
toda cheia de cruzamentos e pedágios
como se fosse uma estrada
cheia de buracos e despavimentada
destruindo a minha suspensão
trazendo o ventre prenhe de presságios
feito estrela cadente ou mesmo cometa
refulgente e de mim bem distante
como os anéis de um remoto planeta

mas também foi o Sol
que rompeu meu obscuro tempo

meu maior pecado
que herética profanou meu casto templo

a primavera
que com uma flor encerrou meu inverno

e o paraíso
que me perdoou e me tirou do inferno

6 comentários:

  1. [todos os amores são perigosos
    quando ocultam dentro de si
    a face mais exposta do engano]


    beij0

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  2. Adoro as entrelinhas das estrelinhas. E também as estrelinhas das entrelinhas...

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  3. Olá Benno,

    Fiquei a imaginar como seria esse fim para a Lucelinda, coitada, seria trágico,coisa horrível imaginaste. Vai entender!...
    Quanto ao poema.
    Há coisas que vem juntas, sem estarem juntas...
    Beijos e ótima semana!
    Ótimo feriado!

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  4. Entrelinhas, quem não sabe decifra las não consegue ser feliz.
    bjs

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  5. Oi, Benno!
    Nessa estrada você se guiou pela beleza do universo e somente olhou a beleza dos astros; flutuando no céu não sentiru os solavancos. Foi uma pena que do céu caiu rumo ao inferno. Mas creia, ninguém morre de amores! :)
    Gostei das entrelinhas, das estrelinhas...
    Beijus,

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  6. B
    e
    n
    o
    o
    o
    o
    o

    Vem cá nos encher de poesia!


    saudades

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