sexta-feira, 5 de novembro de 2010

duas vezes me perdi
em teu olhos dúbios
(o verde que verte
o azul fica na espera)

nas duas vezes que de ti
tirei por mim
em parte e inteira
a inverossímel quimera

me encontrei uma vez
no vale abismal
que se aprofunda
entre teus seios

ali então perdido
ou mesmo me encontrado
desvencilhar de ti
faltou-me meios

(a calma plácida
que dos cumes íngremes
as ígneas lavas
se enleva

um outro cume
que ereto
e embranquiçado
nele neva)

o rio caudaloso
do teu ventre
torrente indômita
levou meu corpo

nossos corpos
algozes mútuos
no entre si devoram
e se imploram

nossos fogos
ardentes se ateiam
o líquido farto
que jorra de mim
desincendeiam

sabe que em silêncio choro porém nunca reclamo
é que eu...
sabe, eu vinha ....
não é bem isso, é que...
eu queria...
desisto!
a verdade última é que não sei dizer quanto te amo

5 comentários:

  1. Uau!

    Benno, que torrente de sentimentos colocaste nesse poema!

    Já te disse que te gosto assim, quando deixa a alma falar de forma arrebatadora...


    Beijos e carinhos...

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  2. Voltei para reler...

    É muito lindo!


    Beijos

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  3. nossa..imagine então se soubesse dizer o quanto a ama... você fez uma linda declaração poética, de encantar a alma...

    amei!

    beijos Poeta

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  4. Lindo! Se existe um idioma para esse tal de amor, vc o domina fluentemente.

    Beijao, querido amigo.

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  5. Benno, bom descobrir por onde você escreve... faz tanto tempo! Como anda você? Bjo!

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