A ansidade é minha grande inimiga. Eu ignorei a
lição das flores e sua forma serena e tranquila de esperar o Sol
nascer, de estender suas pétalas sem pressa, sorver a luz do dia ou as
gotas da chuva, confomar-se com o que vier. Sempre desejo o oposto do
que a natureza me provê. Chove quando eu queria que fizesse Sol e o
Sol queima impunemente minha carne quando o que queria era uma
refrescante chuva.
Sou apressado e quero que as coisas venham antes da hora. Tenho pressa em viver e acabo deixando a vida de lado. Não sinto o cheiro de terra molhada pela chuva, não presto atenção no Sol se pondo e as canções nunca chegam ao fim.
Aprendi tantas coisas, mas esqueci de aprender o que era essencial, pois quando "você trata cada situação como uma questão de vida ou morte, morrerá muitas vezes" (Dean Smith). Este o meu problema, ficar morrendo muitas vezes por dia na ânsia de viver muito. Tudo me é preocupante e sei que não deveria temer, pois " a coisa que se deve ter mais medo é o próprio medo" (Montaigne) e "não há infortúnio maior do que esperar o infortúnio" (Calderón de la Barca). Mas, apesar de tudo, eu temo.
Os problemas, não são problemas, mas medo, ansiedade, a espera de um infortúnio que só deveria causar medo quando se tornasse realidade. Pode-se perfeitamente precaver contra infortúnios sem sofrê-los, mas não é isso que faço. Eu sofro por golpes imaginários.
Sei o que devo fazer, mas de que me adianta o saber se não sei aplicá-lo? Será que o saber é uma coisa que só vale quando já não serve? Pois é só quando estamos velhos que nos arrependemos de não ter aproveitado a juventude. Reclamamos da falta de tempo, mas não sabemos o que fazer com ele quando ele sobra e acabamos ficando entediados. São perguntas que me faço, que sei responder, mas as respostas de nada me servem, pois não as aplico.
-x-
Perdura verso que escrevo
muito e muito além
deste seu pobre autor
sobreviva ao nobre sentimento
que um dia o inspirou
e mesmo muito depois
de sua amada não mais ser sua
e de muitos outros a terem amado
que sobreviva o sentimento
no calor pulsante do verso
e mesmo após a explosão
da imensidão do universo
que ainda alguém o diga
com profunda emoção
e mesmo quando as mãos
descarnadas e enrugadas
do seu encarquilhado escritor
não puderem segurar nem um lápis
que ainda exista a lembrança
desde imenso e eterno amor
Sou apressado e quero que as coisas venham antes da hora. Tenho pressa em viver e acabo deixando a vida de lado. Não sinto o cheiro de terra molhada pela chuva, não presto atenção no Sol se pondo e as canções nunca chegam ao fim.
Aprendi tantas coisas, mas esqueci de aprender o que era essencial, pois quando "você trata cada situação como uma questão de vida ou morte, morrerá muitas vezes" (Dean Smith). Este o meu problema, ficar morrendo muitas vezes por dia na ânsia de viver muito. Tudo me é preocupante e sei que não deveria temer, pois " a coisa que se deve ter mais medo é o próprio medo" (Montaigne) e "não há infortúnio maior do que esperar o infortúnio" (Calderón de la Barca). Mas, apesar de tudo, eu temo.
Os problemas, não são problemas, mas medo, ansiedade, a espera de um infortúnio que só deveria causar medo quando se tornasse realidade. Pode-se perfeitamente precaver contra infortúnios sem sofrê-los, mas não é isso que faço. Eu sofro por golpes imaginários.
Sei o que devo fazer, mas de que me adianta o saber se não sei aplicá-lo? Será que o saber é uma coisa que só vale quando já não serve? Pois é só quando estamos velhos que nos arrependemos de não ter aproveitado a juventude. Reclamamos da falta de tempo, mas não sabemos o que fazer com ele quando ele sobra e acabamos ficando entediados. São perguntas que me faço, que sei responder, mas as respostas de nada me servem, pois não as aplico.
-x-
Perdura verso que escrevo
muito e muito além
deste seu pobre autor
sobreviva ao nobre sentimento
que um dia o inspirou
e mesmo muito depois
de sua amada não mais ser sua
e de muitos outros a terem amado
que sobreviva o sentimento
no calor pulsante do verso
e mesmo após a explosão
da imensidão do universo
que ainda alguém o diga
com profunda emoção
e mesmo quando as mãos
descarnadas e enrugadas
do seu encarquilhado escritor
não puderem segurar nem um lápis
que ainda exista a lembrança
desde imenso e eterno amor
Dentro de você há um magnífico universo à sua espera...
ResponderExcluirE de repente em meio a tuas ansiedades e até questionamentos, algo em você transborda.
Você torna-se maior que seu corpo, seu corpo que a sua mente. Percebe que toda esta tarefa no plano físico é aprender, no sentido mais amplo e mais ilimitado.
Então, você fecha os olhos. Relaxa. Respira. Concentra-se, e consegue visualizar O MUNDO. E sente-se capaz de torná-lo mais feliz para os demais, iluminando-nos a alma, com suas palavras...
É assim que te vejo, Benno.
Além da pessoa física e comum, que nem faço idéia de como seja no dia-a-dia.
Mas que me inebria com sua imensidão interior...
Recomendo sua página entusiásticamente!!!
Um abraço meu.
E obrigada pelo convite, estarei por aqui sempre!Grata pela retribuição em minha página. Me fez feliz!^.^
Passei para conhecer o seu blog,
ResponderExcluirbom domingo
Oi, Benno!
ResponderExcluirÉ lindo o que escreveu sobre a ansiedade. Sou ansiosa também e também eu não tenho a serenidade das flores.
O verso pendurado...Você, ecritor... é genial!
Abraço forte
Oi! lendo voce, que como sempre, faz o que quer com as palavras...rs
ResponderExcluirEu ando meio afastada...
beijos!
Olá Benno,
ResponderExcluirVisualizei seu blog de alto a baixo.
Adorei a sobriedade do design do seu blog.
Gostei imenso do cabeçalho, por ser significativo.
Quanto à prosa e à poesia, que escreve, ela não tem limites, mas tem forma, conteúdo e qualidade.
Gosto da sua ansiedade.
Abraços com carinho.
afectosecumplicidades.blogspot.com
A consciência teórica deveria trazer consigo ao menos uma sugestão de aplicação prática, né?
ResponderExcluirRs
Penso que quanto mais se sabe menos inocente se é. E carregar essa "culpa" sem saber como exorcizá-la, é ruim, de fato.
Um beijo, Benno.
Boa tarde Benno,
ResponderExcluirAgradeço, sinceramente, o comentário, que deixou em meu blogue.
Gostei. Escreve com alma, de dentro. Não se exibe.
Que suas noites de insónia, continuem com claridade e luz.
Lhe faço companhia.
Abraços carinhosos.