Toda vez
que a vontade de falar
me assoma
é, no entanto, o silêncio que me domina
é essa imensa saudade
que dói e me cala
a amplidão do espaço
e do esquecimento
a palavra segue
inaudível e inaudita, porém indelével
-x-x-x-x-x
Em todos esses tons, os azuis, de olhos, escolhos do mar, entulhos do lar.
Os
poentes descrentes em todos anis, nos anos que passam, nos anos
futuros, ora quase verdes, ora puramente azuis. Verdes ainda nem
nascidos, azuis amadurecidos. O hematoma nasce azul e, ao contrário das
frutas, vai se tornando verde, mas morre amarelo como todos.
O
azul é a cor da promessa a cor que colore os sonhos. O azul dos meus
olhos é meu giz que mancha a lousa da tua tez, o raio celeste azul e
eletrostático, um potente eletroimã que atrai e repele, magnetiza o
orvalho que para no ar repelido pelas estática da grama.
Ora o
azul é neutro, ora azucrina a crina azul da quimera que galopa em meus
sonhos. Tem o azul gélido da tristeza que a beleza pinta nos cumes
nevados de tuas distâncias. E as reentrâncias carnudas vermelhas e
profundas em meu lagos azuis se fixam e penetram, buscam lá o seu fim, o
elemento final, o leito eterno em que jaz meu corpo.
Azul do
céu, só em sonho almejo. Quisera voar através do azul escuro das noites,
salpicadas de manchas, o estrelato, fazer dos laivos caminhos serenos
pelas entranhas dos entreastros.
Asteróire, esteróide, viagem. Me
perdi nesta infinita dimensão. A sinfonia que ouço é silenciosa. Me faz
dormir, sonhar, por fim acordar. Quisera estes panos que me cobrem serem
teus braços. O travesseiro teu colo em que me recosto e me entristeço.
As lágrimas de despero em que me afogo num passe de mágica seriam
transmutadas em esmeraldas como se do líquido azul pudesse
inexplicavelmente brotar a solidez do verde.
Azul, quimérico e poderoso azul, a força com que me possuis me deixa fraco.
Qual
o mistério deste azul que invade céu, mar e distância? O mistério está
no ar. O azul é o oxigênio que respiro e tanto me falta na hora do
agudo desespero.
O azul está na cor que o Sol emite, viaja pelos
céus misturada a uma população infinita de cores, mas a atmosfera o
separa do populacho é o deixa reinar sozinho nos céus.
A tarde já se encaminha pela boca da noite. Em frente à tela, paralisada fico e me questiono na quietude do coração: como comentar esse oceano poético que tenta nos afogar...e afagar?
ResponderExcluirRecorro ao Djavan. Sim, ao "compositor das cores" que já dizia que "o amor é azulzinho". Amigo, grata pelo teu passeio ao Matagal (risos) e quero dizer ainda que somos dois a adorar aquelas pimentinhas terríveis, ardidas e deliciosas. Abraço carinhoso!
Meu Deus, por que fui me meter com a Matemática? [risos]
ResponderExcluirBenno, agora que percebi que não te segui nesse espaço poético-terapêutico que tanto bem nos faz. Boa tarde, querido amigo!
\e que a vida
ResponderExcluirnos proporcione sempre motivos
para florescer pelos olhos/
beijo
Revisitando esse teu mágico espaço, Benno, só agora percebi o poema belíssimo lá do layout onde, em dado momento, o poeta questiona se "o amor é ventura", porém questionamentos à parte, foi muito bom esse achado. E as imagens? Que sutileza...
ResponderExcluirÓtima segunda-feira e que venham poemas em borbotões!Bjs
Passando para desejar uma semana maravilhosa pra você...
ResponderExcluirBeijos
Ani