Estou me afastando por uns bons dias. Viagem, férias, etc.
Até a volta.
Benno
-x-
Daí, me perguntaram:
- e a poesia, onde anda?
- sei lá, acho que se vestiu de brisa e partiu numa noite fria, sem Lua e estrelas, me deixou para sempre e transformou-se em chuva, caindo, agora transformada em miríades de gotas, e umedecendo o solo de outras paragens.
Depois disso, só o silêncio ainda vive em mim, pois dele não consigo me livrar.
-x-
Um principe, apaixonado pela Lua, declarou-se assim:
- Oh Lua! Que fazes aí, no teto do mundo a iluminar a noite e tão distante de mim? Desça cá embaixo ao alcance dos meus sedentos lábios e sejas, de ora em diante, só minha.
A Lua, fria e indiferente, manteve seu eterno silêncio.
Decepcionado, o príncipe projetou-se da sacada e estatelou-se lá embaixo, ficando o antes formoso e guapo sujeito transformado num simples saco de ossos mergulhado numa poça vermelha. Por azar, não morreu, mas esmigalhou os ossos da perna e ficou para sempre inválido.
Seu erro foi sonhar muito alto. O linda e roliça moçoila da casa vizinha, que antes ardia por ele envolta em mil suspiros teve que procurar outra paixão.
sexta-feira, 21 de março de 2014
quarta-feira, 19 de março de 2014
Não foi assim que eu havia sonhado, mas ainda assim é tipo um sonho e preciso me beliscar para perceber que é real. Eu tenho essa sensação de estranheza, como se eu não pertencesse a esse mundo, como se eu tivesse sido transplantado de uma sociedade extraterrestre e largado aqui para ver como eu me virava.
É que não consigo entender esta gente que estraga a cada dia a sua própria vida, que vive em amargor e lamentos e entope meus ouvidos com seu choro. Gente que passa por cima dos outros, mas que desfalece ao primeiro contratempo, gente que depende demais dos outros, que não sabe se virar, gente que não se gosta, mas quer que gostem dela. Gente paradoxal, gente complicada, gente triste, gente que clama pelo amor mas só sabe destilar veneno e ódio. O amor pede amor e nada mais.
Uma das coisas que eu mais detesto é aquele tipo de discurso que fala com ódio ou chorando do amor, Pois se é para falar do amor que se fale amando, com gentileza e, antes de de mais nada e sobretudo, sorrindo.
Eu ando pelo cidade, observo poças de água da chuva depositadas nas esquinas, flores que nascem ao acaso em terrenos baldios, peixes beijando lentamente a parede de vidro lisa de aquários. De permeio gente que não liga para peixes, beijos, vidros, poças ou mesmo flores, pois o mundo termina na tola ponta de seus narizes. Eu devia me preocupar menos com os outros, ainda menos do que já me preocupo, afinal eles têem todo o direito de ser como são. Só não gosto de que se lamentem de suas próprias escolhas, ainda mais por não perceberem que ainda é tempo de mudar. Aliás sempre é tempo.
Agora falando sério, agora falando de mim. Eu faço escolhas como todos os outros - erradas e certas, como todos. Todos somos assim, eu sei disso. Mas não desenvolvi essa reprovável habilidade de ficar reclamando. Se estou insatisfeito comigo mesmo, só cabe a mim mudar, fazer outra escolha, ou suportar as consequências do que fiz ou faço. Eu gosto de pensar assim. Não acho que devo apelar a Deus ou pedir ajuda. Ainda que eu conte com sorte, prefiro acreditar que tive méritos. Não gosto de pensar que basta rezar que tudo vai dar certo. Prefiro ajudar a dar certo e meu verdadeiro desejo é resolver sozinho nem que para isso eu precise sofrer o pão que o diabo amassou. Já passei por algumas... Se nem sempre escapei ileso, escapei com vida. Sobreviver é grande chance de levantar a cabeça, sacudir e poeira e seguir em frente.
Vamos lá, gente, chega de lamentação.
É que não consigo entender esta gente que estraga a cada dia a sua própria vida, que vive em amargor e lamentos e entope meus ouvidos com seu choro. Gente que passa por cima dos outros, mas que desfalece ao primeiro contratempo, gente que depende demais dos outros, que não sabe se virar, gente que não se gosta, mas quer que gostem dela. Gente paradoxal, gente complicada, gente triste, gente que clama pelo amor mas só sabe destilar veneno e ódio. O amor pede amor e nada mais.
Uma das coisas que eu mais detesto é aquele tipo de discurso que fala com ódio ou chorando do amor, Pois se é para falar do amor que se fale amando, com gentileza e, antes de de mais nada e sobretudo, sorrindo.
Eu ando pelo cidade, observo poças de água da chuva depositadas nas esquinas, flores que nascem ao acaso em terrenos baldios, peixes beijando lentamente a parede de vidro lisa de aquários. De permeio gente que não liga para peixes, beijos, vidros, poças ou mesmo flores, pois o mundo termina na tola ponta de seus narizes. Eu devia me preocupar menos com os outros, ainda menos do que já me preocupo, afinal eles têem todo o direito de ser como são. Só não gosto de que se lamentem de suas próprias escolhas, ainda mais por não perceberem que ainda é tempo de mudar. Aliás sempre é tempo.
Agora falando sério, agora falando de mim. Eu faço escolhas como todos os outros - erradas e certas, como todos. Todos somos assim, eu sei disso. Mas não desenvolvi essa reprovável habilidade de ficar reclamando. Se estou insatisfeito comigo mesmo, só cabe a mim mudar, fazer outra escolha, ou suportar as consequências do que fiz ou faço. Eu gosto de pensar assim. Não acho que devo apelar a Deus ou pedir ajuda. Ainda que eu conte com sorte, prefiro acreditar que tive méritos. Não gosto de pensar que basta rezar que tudo vai dar certo. Prefiro ajudar a dar certo e meu verdadeiro desejo é resolver sozinho nem que para isso eu precise sofrer o pão que o diabo amassou. Já passei por algumas... Se nem sempre escapei ileso, escapei com vida. Sobreviver é grande chance de levantar a cabeça, sacudir e poeira e seguir em frente.
Vamos lá, gente, chega de lamentação.
segunda-feira, 10 de março de 2014
a lua
a estrela
e o sonho
a letra
no poema
que componho
- a palavra coração solitária ao pé da folha -
a rua
a pele nua
e o teu retrato
a caneca
o café
e o prato
- os dedos deslizam sobre as migalhas de ontem -
o ponteiro
os segundos
o passar das horas
a partida
a espera
e a demora
- talvez ela nunca venha, mas não perco a esperança
a estrela
e o sonho
a letra
no poema
que componho
- a palavra coração solitária ao pé da folha -
a rua
a pele nua
e o teu retrato
a caneca
o café
e o prato
- os dedos deslizam sobre as migalhas de ontem -
o ponteiro
os segundos
o passar das horas
a partida
a espera
e a demora
- talvez ela nunca venha, mas não perco a esperança
sexta-feira, 7 de março de 2014
Sou apenas um vampiro
que deseja ardentemente consumir seu corpo
seu sangue, seus ossos, sua alma
seus dentes, seus olhos, seu ser
- seu tudo -
e deixar-me possuir pela sua essência
(e também deixar um pouco de mim em você)
-x-
Tomo em meus braços
mas sou tomado
me cobre o veludo retinto dos seus cabelos
e, enfim, sou possuído
pelo beijo da mulher vampira
que deseja ardentemente consumir seu corpo
seu sangue, seus ossos, sua alma
seus dentes, seus olhos, seu ser
- seu tudo -
e deixar-me possuir pela sua essência
(e também deixar um pouco de mim em você)
-x-
Tomo em meus braços
mas sou tomado
me cobre o veludo retinto dos seus cabelos
e, enfim, sou possuído
pelo beijo da mulher vampira
O beijo da Vampira - Pintura de Munch
Há muitos vampiros verdadeiros por aí
tomando a nossa inocência
o fruto maduro e o da juventude
há vampiros ignóbeis e vampiros safados
há vampiros de essências
e vampiros de malidicências
eles roubam corações com seus modos elegantes
há um Drácula em cada esquina
eles usam óculos escuros para não vermos melhor o vermelho de seus olhos
há vampiros de essências
e vampiros de malidicências
eles roubam corações com seus modos elegantes
há um Drácula em cada esquina
eles usam óculos escuros para não vermos melhor o vermelho de seus olhos
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