Quando ando pela estrada
observo essas casinhas
pequenas e pintadas em cores berrantes
e lembro das mansões
confortáveis e luxuosas
que observei na cidade um pouco antes
verde-limão
rosa-choque
abóbora ou escarlate
é tão pouco espaço
e tanta gente
um cachorro que late
(em forma de som
é o desespero da fome quem grita
indiferente a ele
ao sabor do vento uma árvore se agita)
o resto é mortal silêncio
será que todos nessa casas dormem?
para esquecer quem sabe
ou então lembrar
de um outro tempo que não houve
(nas mansões por outro lado
tão geladas
de um silêncio que era mortal
as casinhas ao seu lado
flageladas
que tristeza é esta em volta
desta estrada tão comprida?
a lembrança amarga
de um tempo em minha vida
ou um lugar que eu nunca soube
triste mesmo é o silêncio
em que esta pobre gente aguarda
a solução final da morte
ou chegar um anjo da guarda
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