Antes de ir ao que interessa, os poemas, um esclarecimento a respeito do post anterior, pois mais de uma pessoa o solicitou.
É quanto ao terrível destino de Lucelinda. Na verdade, eu não sei qual foi...rs. Deixei por ser escolhido. Todas aquelas vidas que descrevi, das três irmãs e da vizinha, foram fruto da invenção. A Lucelinda não existe.
A Lucelinda surgiu apenas, para, de uma forma bastante torta e mediata que literatura tem de dizer as coisas, que, por mais que o destino que eu tenha inventado para as outras pareça terrível, tendo umas o procurado, e outras até os evitado, nada se compara ao que a realidade pode oferecer. A minha capacidade de invenção não chega a tanto e a realidade me é inalcançável em toda sua extensão e variedade de fazer boas ou más coisas. Naquele texto, bastante amargo, onde se salvou Adelaide, se contrapõe a outros bem mais felizes que, por sorte, tenho escrito! A realidade é variada, a escrita tem que ser também :) E eu deixei o fim de Lucelinda para ser apenas imaginado. Talvez ela fosse como uma daquelas moças que passaram dez anos presas e continuamente estupradas. Imaginem uma coisa bem horrível dessas que sempre aconteceram e continuam acontecendo.
Agora, chega de infelicidade!
-x-
As estrelinhas
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nas entrelinhas deste poema
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escodem tudo que eu não soube dizer
tudo que eu quis esquecer
tudo que eu não quis confessar
estas benditas estrelinhas
revelam a sabedoria e a ignorância
estas duas irmãs que andam juntas
e de mãos dadas
pois a cega ignorância
paradoxo dos paradoxos
é quem guia a iluminada sabedoria
-x-
você chegou como uma explosão
um terremoto abalando meu coração
toda cheia de cruzamentos e pedágios
como se fosse uma estrada
cheia de buracos e despavimentada
destruindo a minha suspensão
trazendo o ventre prenhe de presságios
feito estrela cadente ou mesmo cometa
refulgente e de mim bem distante
como os anéis de um remoto planeta
mas também foi o Sol
que rompeu meu obscuro tempo
meu maior pecado
que herética profanou meu casto templo
a primavera
que com uma flor encerrou meu inverno
e o paraíso
que me perdoou e me tirou do inferno
[todos os amores são perigosos
ResponderExcluirquando ocultam dentro de si
a face mais exposta do engano]
beij0
Adoro as entrelinhas das estrelinhas. E também as estrelinhas das entrelinhas...
ResponderExcluirOlá Benno,
ResponderExcluirFiquei a imaginar como seria esse fim para a Lucelinda, coitada, seria trágico,coisa horrível imaginaste. Vai entender!...
Quanto ao poema.
Há coisas que vem juntas, sem estarem juntas...
Beijos e ótima semana!
Ótimo feriado!
Entrelinhas, quem não sabe decifra las não consegue ser feliz.
ResponderExcluirbjs
Oi, Benno!
ResponderExcluirNessa estrada você se guiou pela beleza do universo e somente olhou a beleza dos astros; flutuando no céu não sentiru os solavancos. Foi uma pena que do céu caiu rumo ao inferno. Mas creia, ninguém morre de amores! :)
Gostei das entrelinhas, das estrelinhas...
Beijus,
B
ResponderExcluire
n
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Vem cá nos encher de poesia!
saudades